Centro Pós-covid de Combate à Desigualdade Educacional completa um ano em Passo Fundo

Espaço implementado pela Prefeitura ajuda estudantes da rede municipal na aprendizagem, oferecendo um atendimento multidisciplinar em Educação e Saúde

Pioneiro no Estado, o Centro Pós-covid de Combate à Desigualdade Educacional implementado pela Prefeitura de Passo Fundo completou um ano nesta quarta-feira, 3 de maio, atendendo alunos de toda a rede municipal que tiveram perdas no processo de ensino-aprendizagem devido à pandemia e ao distanciamento social. Durante esse período, foram realizados mais de 12,5 mil atendimentos.

Com o objetivo de promover condições para a aprendizagem em sala de aula, o espaço já fez a diferença na vida de aproximadamente 1,5 mil estudantes. Este é o caso de Gabriel, de nove anos, que foi encaminhado pela Escola Municipal de Ensino Fundamental Eloy Pinheiro Machado no ano passado e segue em acompanhamento. “Estamos vindo há quase um ano e gostamos muito. Ele passou pela psicóloga e por neurologista e está muito mais ativo nas atividades, fazendo tudo com mais atenção”, descreve a mãe, Valéria Souza.

O prefeito, Pedro Almeida, considera que a superação das dificuldades impostas pela pandemia na Educação é tratada como uma prioridade de governo e que o Centro cria as condições para que os estudantes possam se desenvolver. “As desigualdades educacionais foram aumentadas pela pandemia, e, a partir de projetos coletivos, trabalhamos intensivamente para superar obstáculos, como é o Centro Pós-covid e a implementação das Salas de Recurso, que existiam somente no Ensino Fundamental, também na Educação Infantil. Buscamos fortalecer cada vez mais a educação da nossa rede com um acolhimento integral e ficamos felizes por ver que as famílias estão gostando dos atendimentos e percebendo os resultados no dia a dia das crianças”, avaliou.

A coordenadora do espaço, Rochele Tondello da Silva, explica que, no local, é realizado um trabalho multidisciplinar com profissionais da Educação, da Saúde e da Assistência Social para investigar atrasos e promover o desenvolvimento das crianças. “A demanda do centro é da escola em virtude dos atrasos pedagógicos. Aqui, temos esse olhar mais diferenciado e mais apurado para saber se essa condição ocorre pela falta de estímulo ou está relacionada com algum transtorno. O aluno pode entrar por qualquer especialidade e migrar pelas que forem necessárias ao seu caso”, afirma.

Conforme Rochele, o Centro Pós-Covid de Combate à Desigualdade Educacional exerce um papel fundamental para dar suporte às crianças a fim de que elas desenvolvam a sua autonomia e acompanhem os processos pedagógicos em sala de aula. “Uma criança que não fez a Educação Infantil, por exemplo, e hoje está em um processo de alfabetização está sentindo a falta de estímulos do presencial da escola. Outro exemplo é das crianças que estão em um quarto ou quinto ano e não estão alfabetizadas. O pós-pandemia vai ser vivenciado por um longo período na Educação e esses programas de recuperação de aprendizagem precisam ser uma prioridade de governo, como tem sido em Passo Fundo, apoiando as escolas”, pontua.

Metodologia

O secretário de Educação, Adriano Canabarro Teixeira, explica como é o fluxo de atendimento. “Os estudantes que apresentam dificuldades no processo de ensino e aprendizagem mesmo após passarem pelo Projeto Apoiar ou pelas Salas de Recursos são encaminhados para o Centro Pós-covid de Combate à Desigualdade Educacional, onde passam por triagem e avaliação para o melhor encaminhamento à equipe multiprofissional do próprio do centro”, enfatiza.

Os atendimentos são exclusivamente para os alunos das 72 escolas municipais, entre as de Ensino Fundamental e Educação Infantil. Ao todo, a rede contempla mais de 17 mil estudantes.

Fotos: Michel Sanderi