O Programa Escola de Vida oferecerá aulas para crianças que ficam por longos períodos hospitalizadas

O avanço no cuidado de crianças que ficam internadas no hospital para o tratamento de câncer e outras doenças motivou a criação do Programa Escola de Vida, uma iniciativa da Prefeitura de Passo Fundo em convênio com a Associação Hospitalar Beneficente São Vicente de Paulo. O ato foi realizado nessa sexta-feira (05), junto à inauguração da nova estrutura do Espaço Lúdico e de Atendimento Pedagógico às Crianças Hospitalizadas do HSVP.
O vigésimo sexto programa de governo da administração municipal tem a intenção de oportunizar a extensão do ensino da escola para o espaço hospitalar, promovendo aos pacientes a construção de aprendizagens no período em que há o afastamento da escola por motivos de saúde. Direcionado para crianças e jovens, principalmente para quem está em tratamento de câncer, o Escola de Vida proporcionará momentos lúdicos e de conhecimento. Para o funcionamento do programa, o município disponibilizará dois professores com carga horária de 20 horas semanais.
O prefeito Luciano Azevedo ressalta que a iniciativa torna a escola presente, o que traz benefícios para os pacientes internados, que passam a ter melhores condições no espaço hospitalar. “Essas crianças e jovens, que necessitam ficar internadas durante um longo período, acabam se afastando da escola e tendo prejuízos em seu desenvolvimento. Queremos com o programa tornar esta ação institucional e permanente, para que o acolhimento possa ser feito junto ao tratamento. É uma demostração da nossa cidade, da solidariedade e comprometimento de todos para melhorar a vida das pessoas”, disse Luciano.
Os professores terão contato com a escola de origem de cada paciente, seja de Passo Fundo ou de um município de outra região, para passar o conteúdo de forma adequada. O atendimento será ajustado às necessidades de cada paciente e utilizará os ambientes de todo o complexo especial do hospital, como o Espaço Lúdico e, em breve, o Centro de Tratamento de Câncer Infantojuvenil.
De acordo com o administrador do Hospital São Vicente de Paulo, Ilário de David, o Espaço Lúdico, projeto idealizado há mais de 10 anos com a Universidade de Passo Fundo (UPF), iniciou o processo de humanização do atendimento pediátrico e de oncologia infantojuvenil, que terá um centro próprio de qualificação. “Temos uma área de abrangência de 1,5 milhão a 2 milhões de habitantes na área de tratamento de câncer infantojuvenil, por isso, a ampliação da nossa estrutura com o Espaço Lúdico e o Centro de Tratamento de Câncer. Hoje, temos 50 pacientes, mas há possibilidade de chegar a 150. O hospital sempre esteve preocupado com a educação das crianças e o Programa Escola de Vida veio para solucionar isso. Precisamos deixar algo para o futuro, temos a obrigação com o futuro das crianças”, disse ele.
Presente no ato, o deputado estadual Juliano Roso destaca a importância do programa e o dever de levá-lo como exemplo para o resto do país.
A união de forças
Com uma proposta diferenciada desde 2002, o Espaço Lúdico e de Atendimento Pedagógico às Crianças Hospitalizadas busca dar continuidade ao processo de desenvolvimento integral da criança, no aspecto de aprendizagem, integração social e vivências lúdica. Agora, com a integração do Programa Escola de Vida, as interações e novos conhecimentos serão impulsionados e o direito à educação assegurado. É mais qualidade de vida e a formação de um vínculo com a escola, tão importante para superar o período de internação.
O projeto para o Espaço Lúdico nasceu em parceria com o Curso de Pedagogia da Universidade de Passo Fundo (UPF) e as novas instalações ampliam as atividades, como a proposta do programa, em levar professores para dentro do ambiente hospitalar, e também no suporte, ao oferecer livros, brinquedos, computadores, jogos, vídeos e música. Segundo o secretário de Educação, Edemilson Brandão, o programa deve ser uma marca da cidade. “É preciso destacar três coisas do Escola de Vida: a garantia dos diretos das crianças, em permanecer em ambiente escolar onde estiver; a expectativa e esperança que o programa traz para essas crianças em tratamento, como um amparo que fortalece; e, sobretudo, o olhar de um futuro melhor”, finalizou ele.
Foto – Alex Borgmann