Poeta Sérgio Vaz no Livro do Mês

Quem curte o som de Racionais, Dexter e tantos outros nomes do Rap nacional, certamente já ouviu falar no poeta Sérgio Vaz. Muito conhecido em São Paulo, ele iniciou sua carreira retratando a vida na periferia paulista através de suas poesias. Sérgio conta que no início da carreira não sabia como vender seus livros, e por isso ia a shows de Rap pedir aos cantores para declamar seus poemas no intervalo dos espetáculos. Foi assim que ele foi ganhando nome pelo Brasil e começou a criar diferentes projetos visando levar a literatura aos mais distintos públicos do país.
Na manhã desta quarta-feira, Sérgio Vaz esteve no teatro do Sesc em Passo Fundo para participar do projeto “Livro do Mês” e falou sobre a sua obra “Literatura, Pão e Poesia” para cerca de 300 alunos da rede municipal de ensino. “Eu estou muito feliz pelo convite e por poder vir aqui na Capital Nacional da Literatura. Fiquei sabendo que é o lugar onde mais se lê no país!” disse ele.
O autor contou que sua vida na poesia iniciou durante a Ditadura Militar quando ele se encantava com a letra de algumas músicas nacionais sem saber que eram, na verdade, metáforas para o cenário político da época. “Então eu percebi que na poesia você pode falar o que você quiser desde que você use a metáfora e descobri que era isso que eu queria ser, um poeta que falasse do meu povo, da minha gente. Acredito que a arte tem esse poder de mudar as coisas”, salientou.
Sérgio se autodenomina “vira-lata da literatura” e faz parte de um movimento conhecido como “Literatura Periférica” que retrata o cotidiano da periferia das grandes cidades. É neste contexto que se encaixa a sua obra “Literatura, Pão e Poesia” onde o autor traz poesias e crônicas que exprimem o sentimento e a vida na periferia paulista.
Ao dar as boas vindas ao autor do “Livro do Mês”, a Coordenadora da Universidade Popular, Ana Maria Miranda, destacou que por ser Passo Fundo a Capital Nacional da Literatura, um dos objetivos do município é fomentar a leitura entre os mais diferentes setores da sociedade. “Nós temos vários projetos como O Fabuloso, os Largos da Literatura, temos duas praças com quiosques onde há livros que as pessoas podem retirar, temos o Troca-Troca de Livros, o Projeto de Leitura que leva livros aos ônibus e por fim o Livro do Mês onde as escolas municipais recebem o livro, os professores trabalham o material com os alunos e uma vez por mês eles tem um encontro com um autor diferente”, explicou.
A realização mensal do “Livro do Mês” é possível porque o incentivo à leitura dentro das escolas municipais é uma das prioridades da atual Administração que investiu para este ano mais de R$37 mil no projeto. Estiveram presentes nesta edição do evento as escolas municipais Leão Nunes de Castro, Dyógenes Martins Pinto, Irmã Maria Catarina, Georgina Rosado e Nossa Senhora Aparecida.
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