A cidade sendo protagonista da Jornada

O projeto Estações de Leitura busca &quotjornalizar&quot Passo Fundo para a grande festa literária

Os 160 anos de Passo Fundo marcam não apenas pela data expressiva, mas também por ser ano de Jornadas Literárias. Na manhã ensolarada desse sábado (5) aconteceu mais um projeto que busca “jornalizar” a cidade: a primeira Estação de Leitura. A atividade integra as ações da Pré-Jornadinha e da Pré-Jornada, assim como o Projeto Transversais: rotas leitoras e o Caminho das Artes.

Um teto de guarda-chuvas deixou o céu azul mais poético, dando permissão para soltar a imaginação e conhecer o mundo de infinitas possibilidades da literatura. Monstros, contos de terror, releituras, teatro, poesia e música foram algumas das expressões escolhidas pelos alunos para apresentar os trabalhos escolares conforme as propostas da Jornada. A primeira Estação de Leitura ainda teve dança, shows, desenho, pintura, grafite, xadrez gigante, capoeira, entre outras apresentações artísticas.

O objetivo, além de “jornalizar” a cidade, também é  “jornalizar” as escolas. “Aqui temos a finalização da primeira etapa da Pré-Jornadinha, ou seja, a hora em que as escolas confraternizam e mostram o que fizeram de atividades. É o protagonismo da criança, do professor e da escola nessa confraternização. As escolas mostram suas potencialidades”, disse a professora Fabiane Verardi Burlamaque, coordenadora da 16ª Jornada Nacional de Literatura ao lado do professor Miguel Rettenmaier. Sobre o envolvimento das escolas com a Jornada, Fabiane destaca a criatividade. “Estamos impressionados e muito felizes com o envolvimento e a receptividade dos alunos e professores”, finalizou.

A estruturação arquitetônica do projeto Estações de Leitura contou com parceria do Viva!Emau, o Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Passo Fundo (UPF). A ideia consistiu em mostrar um espaço plurifacetado de permanência, composto por um palco principal e por parklets, as chamadas parkletas, em que funcionam espaços distintos para oficinas e contação de histórias. As pequenas tendas também serviram como espaço livre de circulação e interação.

Para o secretário de Educação, Edemilson Brandão, a participação das escolas é efetiva. “Todo o trabalho envolve a leitura que origina releituras e construção de materiais diversos. No entanto, é a dinâmica de apresentação do trabalho deles que constrói verdadeiramente o domínio da linguagem, da leitura e da apreciação literária. Os alunos não são apenas participantes da Jornada enquanto público, são protagonistas”, observou ele.

As Estações de Leitura, além da integração da escola, estende a atividade para toda a população. Assim, todos os passo-fundenses podem participar e também protagonizar  a preparação para o grande evento que acontece em outubro.

Com a palavra, os protagonistas!

Escolas municipais e particulares participaram da primeira Estação de Leitura. A coordenadora do Núcleo do Livro, Leitura e Literatura da Secretaria de Educação, Suzana Einloft, que também coordena a Biblioteca Pública Municipal Arno Viuniski, explica que a Biblioteca é ponto de referência para as escolas. “Estamos fazendo um circuito dos livros. O contato com as escolas é feito para subsidiar as obras, possibilitando a realização dos trabalhos”, afirmou ela.

Para a professora da Escola Municipal de Ensino Fundamental Zeferino Demétrio Costi, Fatima Cristina dos Passos Cunert, o envolvimento dos alunos foi grande. “Os alunos fizeram a leitura das obras, anotações e análises para depois elaborar os trabalhos com base em releituras e outras propostas. Um dos trabalhos do nono ano foi referente aos contos de terror. Eles fizeram toda uma transposição da ficção que trata de emoções como o medo. Como eles estão na adolescência, isso ajuda a transpor as próprias emoções, o que é uma coisa ímpar”, ponderou.

Um dos autores do trabalho, Pedro Henrique Gomes, de 14 anos, conta como foi ler e trabalhar com a obra “Contos de Horror: histórias para (não) ler à noite”, com organização e tradução de Rosana Rios e Martha Argel. A antologia apresenta contos de autores consagrados, como Charles Dickens, Edgar Allen Poe, Arthur Conan Doyle, Mary Cholmondeley e Mary E. Braddon. “Lemos o livro e depois trabalhamos especificamente com um conto do livro chamando “Livre”. Achei uma abordagem muito interessante desta edição da Jornada, nunca vi um trabalho parecido com esse desde que venho acompanhando a Jornadinha. Fiquei bem interessado”, disse ele.

Uma ferramenta que está chamando a atenção é o aplicativo JornadApp, aprovado por todos os estudantes. “Acho que a interação do app deixa tudo muito mais movimentado e as pessoas ficam mais ligadas no que está acontecendo. Nós  usamos o app para ter algumas ideias. A Jornada está se modernizando e ficando muito melhor”, frisou Pedro Henrique.

Próximos encontros do projeto Estações de Leitura
Data:12 de agosto – sábado
Horário: 8h30 às 11h
Local: EMEF Benoni Rosado (Rua Deputado Fernando Ferrari, 189 – São José).

Data: 19  de agosto – sábado
Horário: 8h30 às 11h
Local: EMEF Antonino Xavier (Rua Oscar Pinto, 903 – Vila Jardim).

Data: 26 de agosto – sábado
Horário: 8h30 às 11h
Local: EMEF Daniel Dipp (Rua São Sebastião, 1941 – Hípica).

Data: 02 de setembro – sábado
Horário: 8h30 às 11h
Local: EMEF Wolmar Salton (Rua Claudino Toldo, 155 – São Cristóvão).

A 16ª Jornada Nacional de Literatura e a 8ª Jornadinha Nacional de Literatura é uma realização da Universidade de Passo Fundo (UPF) e Prefeitura de Passo Fundo. A Jornada conta com os patrocínios do Banrisul, da Corsan e da Companhia Zaffari & Bourbon; apoio do Ministério da Cultura; e parceria cultural do Sesc, dentre outras empresas e órgãos.

(Fotos: Fabíola Hauch)



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Atualizado em 7 de agosto de 2017.