Dengue: descarte irregular de resíduos favorece a proliferação do Aedes aegypti

Prefeitura intensifica as ações nos bairros com mais casos da doença e enfatiza a importância de a população adotar as medidas de combate ao mosquito

Passo Fundo, assim como muitos municípios do país, vem enfrentando o aumento de casos de dengue e ultrapassa 1,7 mil confirmações em 2024. O último Levantamento Rápido de Índices para Aedes Aegypti (LIRAa), realizado entre os dias 13 e 22 de maio, reforça a importância da adoção de cuidados por parte da população, uma vez o descarte irregular de resíduos e os pratinhos de plantas são os principais criadouros do mosquito.

Este cenário, conforme a secretária de Saúde, Cristine Pilati, já era esperado diante da curva verificada no Brasil ainda no ano passado e das condições climáticas atuais. “Por conta desta previsão, a Prefeitura já vinha implementando uma série de medidas de combate e conscientização das pessoas e preparando o fluxo de atendimentos com as unidades municipais e hospitais”, enfatiza.

As regiões que concentram o maior número de focos do mosquito são: Petrópolis, São Cristóvão, Boqueirão, São Luiz Gonzaga e Centro. Mas é fundamental que todas as pessoas estejam atentas, pois, embora em números inferiores, os demais bairros da cidade também têm a presença do vetor. “O trabalho conjunto entre governo, vigilância epidemiológica, ambiental e comunidade é essencial para combater a dengue e proteger a saúde pública”, defende Cristine.

Os cuidados da população passam pela verificação dos pátios das residências e eliminação de possíveis objetos com água parada, que podem servir como criadouros do mosquito, como pontua a coordenadora do Núcleo de Vigilância Ambiental em Saúde, Ivânia Silvestrin. “São medidas conhecidas por todos, como não utilizar pratinhos em plantas, fazer o descarte correto de resíduos, não os depositando nos pátios e terrenos baldios, manter caixas d’água tampadas e as calhas limpas. Após os elevados volumes de chuvas que tivemos, é imprescindível a revisão rigorosa dos pátios para eliminar tudo o que estiver acumulando água”, destaca.

O LIRAa feito em maio identifica que, a cada 100 casas visitadas, 4,5 têm larvas ou mosquitos adultos. O número recorde foi registrado em 2019, quando o índice chegou a 5,9.

Ações da Prefeitura
A Prefeitura atua em diversas frentes, tanto no combate ao mosquito Aedes aegypti quanto na conscientização da população sobre a dengue. De acordo com a secretária de Saúde, Cristine Pilati, um comparativo entre o primeiro LIRAa do ano, feito em janeiro, com este último mostra que há uma alternância nos bairros com maior número de focos, “demonstrando que as ações realizadas foram efetivas”.

Algumas medidas são:

  • 52 agentes endemias, que verificam os imóveis e orientam os moradores. Cada agente realiza 25 visitas diárias, seguindo o número preconizado pelo Ministério da Saúde;
  • pulverização com inseticida no entorno das residências com casos confirmados;
  • Borrifação Residual Intradomiciliar (BRI) em locais com grande circulação de pessoas, como unidades de saúde e prédios públicos, e pontos estratégicos, como borracharias e floriculturas;
  • armadilhas (ovitrampas) para monitorar a presença de ovos do mosquito, direcionando esforços adicionais de controle em determinados pontos da cidade;
  • campanhas de conscientização sobre os cuidados que devem ser adotados pela comunidade;
  • notificações e multas para os proprietários dos imóveis que não tomarem os cuidados necessários;
  • ampliação da limpeza urbana e descarte correto com o programa Cidade Limpa e a disponibilização de contêineres móveis nos bairros.

Ações da população
É extremamente importante que cada pessoa faça parte desta mobilização adotando medidas como:

  • verificar e manter limpo o pátio da sua residência;
  • realizar o descarte correto de resíduos;
  • eliminar água parada e possíveis criadouros;
  • no caso de sintomas, procurar auxílio médico e evitar a automedicação.