Primeira pessoa de Passo Fundo é vacinada

“Gratidão! Depois de quase um ano de luta contra um vírus até então desconhecido e que causou sofrimento a milhões de famílias em todo o mundo, estou emocionada por representar esperança para Passo Fundo”, disse a técnica de enfermagem Nair Carmelina Teixeira Nunes, de 56 anos. Ela foi a primeira pessoa da cidade a tomar a vacina contra a Covid-19.

Nair está na linha de frente no combate ao coronavírus. Há quase duas décadas, atua no Cais Petrópolis, uma das duas unidades de referência em atendimento de pacientes com sintomas da doença. A técnica de enfermagem recebeu a imunização em um ato realizado na tarde desta terça-feira (19), pouco tempo depois do anúncio que Passo Fundo terá, inicialmente, 5.035 doses.

O prefeito Pedro Almeida comemorou o momento, enfatizando que o número de doses que a cidade recebeu é inferior ao que esperava, mas que, mesmo assim, a chegada da vacina representa uma vitória coletiva. “Passo Fundo se preparou para imunizar a população, organizando toda a estrutura necessária, e nós estamos cheios de expectativa de que a vacina seja o início de novos tempos”, enfatizou.

A partir de amanhã (20), a imunização será aberta aos grupos de risco. Nesta remessa de doses, seguindo orientações do Estado, serão vacinados profissionais da saúde que atuam diretamente no atendimento de Covid-19, pessoas com 60 anos ou mais que vivem nas Instituições de Longa Permanência (ILPIs) e funcionários destes locais e indígenas aldeados. A população deve respeitar a ordem dos grupos prioritários e não se dirigir aos locais de vacinação enquanto não houver orientação para isso. Não haverá inscrição para fazer a vacina.

A secretária de Saúde, Cristine Pilati, destacou que o início da imunização não exclui a necessidade dos demais cuidados de prevenção ao coronavírus. “A vacina nos traz esperança, mas precisamos manter as medidas como o distanciamento social e o uso de máscara. Vamos preservar mais vidas se estivermos juntos”, considerou.

Ao construir o Plano Nacional de Imunização, o Governo Federal considerou os riscos do desenvolvimento de complicações. Isso significa que as pessoas que têm mais chances de terem quadros graves e irem a óbito serão imunizadas primeiro.

Três etapas estão definidas:

- A vacinação inicia com profissionais da saúde que atuam no atendimento de Covid-19, pessoas com 60 anos ou mais que vivem nas Instituições de Longa Permanência (ILPIs) e funcionários deste locais e indígenas aldeados. Com o recebimento de mais doses, idosos com mais de 75 anos, pessoas acamadas em domicílio com mais de 60 anos e demais trabalhadores da saúde também entrarão na primeira etapa.

- Na segunda fase, serão imunizadas pessoas que têm entre 60 e 74 anos;

- Na terceira, as vacinas serão aplicadas em pessoas com comorbidades, como o caso de diabéticas, asmáticas, hipertensas, obesas, e em tratamento contra o câncer.

A secretária de Saúde, Cristine Pilati, reforça que é importante que a população fique atenta às orientações da Prefeitura. “Não há necessidade para que seja feito qualquer tipo de cadastro. A imunização seguirá a quantidade de doses disponíveis. O Município informará como a vacinação será realizada”, observou.

A expectativa é que, até o fim do ano, toda população seja imunizada.

Passo Fundo dispõe de 25 salas de vacinação. Além disso, em caso de necessidade, contará com três espaços remotos, localizados nas proximidades dos hospitais Municipal, de Clínicas e São Vicente de Paulo.

No último domingo (17), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso emergencial de duas vacinas: a CoronaVac e a AstroZeneca. Esses são os dois únicos imunizantes aprovados no país contra a Covid-19.

Produzida a partir de parceria entre o Butantan e o laboratório Sinovac, a CoronaVac teve seis milhões de doses distribuídas no país, possibilitando o início da vacinação. O Ministério da Saúde negocia a aquisição de doses da AstroZeneca, que foi desenvolvida pela Universidade de Oxford e pelo laboratório AstraZeneca e, no Brasil, será fabricada pela Fiocruz. 

A aquisição das vacinas, como estabelece o PNI, é responsabilidade do Governo Federal. Os municípios devem garantir a logística, o armazenamento e a aplicação.