Secretaria da Saúde não pode abater morcegos
Os morcegos são os únicos mamíferos que voam. Possuem hábitos noturnos e a maioria das espécies urbanas são pequenas, em média entre 2,0 e 10 centímetros de comprimento, podendo alcançar idades de cinco a trinta anos. No Rio Grande do Sul existem 35 espécies que se alimentam de frutas, folhas, néctar, pólen, invertebrados, pequenos vertebrados, e apenas uma que se alimenta de sangue (hematófaga).
Nos centros urbanos há somente duas espécies: frutíferos e comedores de insetos. Na natureza o papel do morcego é muito importante, dispersa sementes fazendo o reflorestamento e controla a proliferação de pragas, como baratas, ratos e outros pequenos insetos, e por esse motivo tem sua proteção garantida por lei (Lei Federal Nº 9605, de 12/02/1998), que proíbe, terminantemente, a sua eliminação.
A explicação, dada pela Vigilância Sanitária Municipal de Passo Fundo, se dá, neste momento, porque vários tem sido os contatos com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), a quem se vincula a Vigilância, quase que exigindo providências daquele setor no abate dos morcegos no município, o que não é papel da Vigilância.
Segundo o diretor da Vigilância Sanitária Municipal, Edson Mocinho, o controle desse mamífero é feito pela própria natureza, “o papel do órgão é apenas informar ao cidadão como prevenir, e, se houver o contato, como proceder”, reforça Mocinho.
“As pessoas devem evitar o contato com esses animais, vivos ou mortos. No caso de contato, a pessoa deve limpar o ferimento com água e sabão, e procurar orientação junto à unidade de saúde mais próxima”, ressalta o diretor.
Para evitar o problema, as pessoas devem vedar todos os possíveis locais de moradia do mamífero, e se o morcego entrar freqüentemente na residência, ou estabelecimento comercial, a colocação de uma tela é a solução mais prática. As pessoas que não conseguirem evitar o problema através desse meio, podem recorrer a empresas devidamente credenciadas, e realizarem o controle desses morcegos.
“O problema está na forma de construção dos prédios. Aberturas e vãos estão sendo deixados abertos, sem a devida vedação. Isso faz com que os morcegos sempre tenham onde ficar”, aponta Mocinho.
LOCAIS ONDE VIVEM
Sótãos, garagens, porões, chaminés de lareiras e churrasqueiras, forros de telhados, poços de elevadores e luz, pisos falsos, ocos de arvores, entre paredes duplas, casas abandonadas, vãos de dilatação entre prédios, caixas de ar condicionado...