Campanha nacional contra a poliomielite encerra amanhã (21) com o Dia D de imunização
Mesmo com a prorrogação da Campanha Nacional Contra a Poliomielite até este sábado (21), o Brasil está longe de atingir a meta de imunização estipulada e expressa uma grande preocupação. Erradicada desde a década de 90 no Brasil graças à vacina, a doença foi registrada em 23 países nos últimos três anos. Uma baixa cobertura vacinal tornaria o país suscetível a novos casos.
A poliomielite é uma doença viral. O quadro básico dos primeiros sintomas costuma provocar dor de garganta, há náuseas, vômitos, constipação e dores abdominais. A pessoa infectada pode desenvolver a forma paralítica da doença com sequelas físicas permanentes e insuficiência respiratórias.
Entre os anos de 1968 e 1989, o Brasil teve 26 mil casos de poliomielite registrados. Esse número, no entanto, é maior, uma vez que entravam para as estatísticas apenas pessoas que desenvolviam alguma sequela.
O último caso no país foi notificado em 1989. O certificado de erradicação do vírus foi fornecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) cinco anos depois aos países da América do Sul.
O combate à doença só foi possível com a vacinação. Em 1971, ocorreu a primeira tentativa de uma ação nacional. A partir de 1974, as vacinas passaram a ser oferecidas continuamente em postos de saúde. Na década de 80, foram instituídos os dias nacionais para a imunização, contribuindo com a conscientização e o acesso da população.
Todos os anos, a meta fixada pelo Ministério da Saúde é vacinar 95% das crianças de um a cinco anos incompletos (quatro anos, 11 meses e 29 dias). Porém, já no ano passado, o objetivo não foi atingido, e a cobertura foi de apenas 83,74%.
Em 2020, a campanha nacional começou no dia 5 de outubro. Inicialmente, programada para acontecer até o dia 31 do mesmo mês, foi prorrogada até amanhã (21) devido à baixa procura.
Em Passo Fundo, até o momento, apenas 66% da população-alvo foi imunizada. Para estimular a imunização, neste sábado, também será realizado o Dia D com a abertura das unidades de saúde durante todo o dia.
A coordenadora do Núcleo de Vigilância em Saúde, Marisa Zanatta, relembra a importância de os pais levarem os seus filhos até uma unidade. “A vacina contra a poliomielite é a vacina que protege contra a paralisia infantil. Nós não registramos casos dessa doença no Brasil desde 1990, mas precisamos tomar muito cuidado e continuar fazendo a imunização”, considera.
Uma das justificativas da baixa cobertura é o esquecimento do que o país enfrentou até os anos 90. A erradicação de pólio pode ter disseminado uma ideia de que a vacinação não é mais necessária.
No entanto, conforme Marisa, quando a população deixa de se imunizar, novos casos podem aparecer, como ocorreu com sarampo. “É imprescindível levar as crianças para as unidades, pois, se não vacinarmos, doenças podem voltar, como é o caso do sarampo, que estava erradicado e acabou retornando”, enfatiza.
Sobre a imunização
O esquema vacinal de poliomielite é composto por duas vacinas: a injetável aplicada em três doses aos dois, quatro e seis meses de vida da criança; e a vacina oral aplicada aos 15 meses e aos quatro anos.
Na campanha, todas as crianças dessa faixa-etária terão a avaliação de sua situação vacinal para poliomielite. As maiores de um ano que estiverem com seus esquemas vacinais em dia receberão uma dose da vacina oral, a chamada dose D (indiscriminada). Para as crianças que estiverem com seus esquemas de vacinação de poliomielite em atraso, haverá a atualização.
Em Passo Fundo, a estimativa é de imunizar 9.960 crianças.
Locais de vacinação
Cais Boqueirão
Cais Hípica
Cais São Cristóvão
Cais Vila Luíza
ESF Adolfo Groth
ESF Jaboticabal
ESF Adriana Lírio
ESF Mattos
ESF Nenê Graeff
ESF Planaltina
ESF Ricci
ESF Santa Marta/Donária
ESF São Cristóvão
ESF Zachia
ESF Jerônimo Coelho
UBS Ivo Ferreira
UBS Adirbal Corralo
UBS Vila Nova/Santa Maria
UBS Parque Farroupilha
Ambulatório de Especialidades
Ambulatório São José
Ambulatório São Luiz Gonzaga
Central de Vacinas
ESF Jardim América
ESF Valinhos