Cooperativa está sendo formada na Escola Estadual Padre Jacques, localizada em Capinzal
Uma cooperativa escolar está tomando forma no município de Passo Fundo. Trata-se da cooperativa da Escola Estadual Padre Jacques, localizada na comunidade Santo Antônio /do Capinzal. Na última quinta-feira (30), por meio de reunião virtual realizada pela Emater/RS-Ascar, por meio da sua Unidade de Cooperativismo de Erechim (UCP) e do Escritório Municipal de Passo Fundo, os professores e os estudantes da escola avançaram para a segunda etapa de formação de uma cooperativa escolar.
Na primeira etapa, realizada no dia 23 de junho, foi feita uma atividade com professores e coordenadores pedagógicos da instituição para planejar as etapas de formação da cooperativa escolar. Na oportunidade, o corpo docente comentou as necessidades, oportunidades, objetivos e anseios com a formação dessa cooperativa.
Agora, nesta segunda etapa, o extensionista da UCP da Emater/RS-Ascar, Jhonatan Imlau, apresentou aos estudantes e professores a história do cooperativismo, sua evolução, princípios, valores, direitos e deveres. “Falamos, ainda, sobre a coletividade no meio escolar, as características das cooperativas escolares e sua importância, bem como experiências de cooperativas escolares já existentes”, explicou Imlau.
Para a diretora da escola, Lucinda Gonçalves Pinheiro, são grandes as expectativas. “Somos uma escola do campo que valoriza sua identidade. Sempre aproveitamos didaticamente as possibilidades de aprender no laboratório de 3,9 hectares, e a produção de alimentos orgânicos sempre contribuiu para a alimentação escolar”, ressaltou.
Ainda conforme a diretora, em 2019 surgiram os projetos Agrofloresta, Relógio do Corpo Humano com as Plantas Medicinais e houve a ampliação da área da horta. “Com isso, há quantidade e variedade de produtos na horta, sal temperado, cristais de gengibre, xarope de angico, sempre com apoio do escritório da Emater de Passo Fundo”, disse.
Lucinda reforça que, em todos os projetos, o objetivo é a construção do conhecimento com a participação dos alunos nos processos de produção. “Quando pedem o chazinho ou repetem a merenda, sabem que foram eles que plantaram, onde e como produziram e os impactos positivos na sua saúde e no ambiente. Sabem também valorizar, respeitar e amam a presença das instituições parceiras na escola”, enfatizou.
Lucinda acrescenta que, nesta forma de construção do conhecimento, estão presentes todos os princípios do cooperativismo. “Autonomia, participação, respeito, colaboração, intercooperação, busca de benefícios coletivos, interesse e valorização da comunidade local. Por isso, queremos concretizar e ampliar ainda mais estes princípios, através da construção e implantação da Cooperativa Escolar e, assim, lançar boas sementes nas famílias e na sociedade”, concluiu.
A estudante do 6º ano da Escola Padre Jacques, Polyana Lago, está confiante. “Espero que a cooperativa escolar inicie forte, com objetivos claros, com engajamento da comunidade escolar, para juntos aperfeiçoarmos os nossos conhecimentos, gerando renda e desenvolvimento para a nossa escola”, falou.
O engenheiro agrônomo e extensionista do Escritório Municipal da Emater/RS-Ascar de Passo Fundo, Alessandro Davesac, aponta que a importância de uma cooperativa escolar no meio rural inicia com o conhecimento dos princípios do cooperativismo. “Dentre elesc destaco a preocupação com a comunidade nesse contexto em que os alunos desenvolverão um olhar voltado ao comum, sendo atores desse processo de mudança. Nós acompanhamos, desde o ano passado, a escola e vimos de perto o entusiasmo de participar de uma construção que beneficiou a comunidade escolar”, explicou Davesac, ressaltando o trabalho em conjunto entre a escola, a Extensão Rural, a Secretaria Municipal do Interior (Secrint) e o comércio local.
Na visão do extensionista Jhonatan Imlau, a organização dos estudantes em prol de um objetivo comum pode proporcionar vantagens e benefícios coletivos para a escola. Além disso, conforme ele, é capaz de formar cidadãos responsáveis, conhecedores de princípios pautados na convivência, solidariedade, respeito mútuo, promoção da justiça social, igualdade, autonomia e cooperação.
Nas próximas etapas, estudantes e professores farão a construção coletiva do Estatuto Social, que é requisito formal, contendo um conjunto de regras norteadoras da sociedade. O documento estabelecerá os direitos e deveres de seus sócios, descrevendo os objetivos e atuações da sociedade coletiva.
As cooperativas escolares reúnem estudantes e possuem finalidade educativa, desenvolvendo atividades econômicas, sociais e culturais em prol de seus associados. Na essência, objetivam formular uma proposta pedagógica com a participação do corpo discente em atividades práticas.
A atividade de Fomento a Novas Cooperativas é realizada por meio do Programa de Extensão Cooperativa (PEC), que prevê a introdução de melhorias técnico-gerenciais, produtivas, comerciais e educacionais, a fim de auxiliar as cooperativas a desenvolverem seus recursos, aprimorarem a gestão, intercooperarem e a potencializarem o acesso a novos mercados. A iniciativa é executada pela Emater/RS-Ascar, em parceria com a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr).
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