Prefeito autoriza obra de restauração do Teatro Múcio de Castro

Ponto histórico e cultural de Passo Fundo, o Teatro Múcio de Castro é um marco para a identidade do municípi

Ponto histórico e cultural de Passo Fundo, o Teatro Múcio de Castro é um marco para a identidade do município. Em condições precárias, a reforma de toda a estrutura é esperada pela população há anos. Nessa quinta-feira (13), o prefeito Luciano Azevedo assinou a autorização para iniciar as obras de restauração do Teatro, que integra o Complexo Cultural Roseli Doleski Pretto.

O investimento de mais de R$ 923 mil em recursos próprios do município possibilitará a criação de um novo cenário para um dos espaços que contam a história de Passo Fundo, com seus personagens e facetas. O prazo a partir da ordem de serviço para conclusão é de 360 dias.

Para o prefeito Luciano Azevedo, o anúncio é motivo de satisfação. “A restauração do Teatro Múcio de Castro é um marco para a cidade, mostrando o respeito pela história e pela cultura. A caminhada para este momento foi longa e na qual vários segmentos da sociedade estiveram envolvidos. Esta obra devolverá à cidade um espaço da cultura além de devolver à beleza a um importante patrimônio histórico”, ressaltou.

O projeto que será executado foi elaborado em 2010, pela empresa Zay Arquitetos Associados, sendo um dos profissionais responsáveis o arquiteto Marcos Antonio Leite Frandoloso.

Entre a comédia e o drama: teatro de cara nova

O projeto do Teatro Múcio de Castro prevê a restauração das alvenarias históricas, medida que solucionará os velhos problemas de umidade e descamação de pinturas; recuperação do telhado e esquadrias com a preservação do aspecto histórico original; e nova pintura definida a partir de prospecção pictórica, mecanismo que indicou a cor rosa salmão para a fachada.

Internamente, as mudanças serão feitas com a substituição completa dos carpetes, poltronas e cortinas, criação de ante-câmaras, implementação de sistema de condicionamento de ar, e ampliação da parte posterior para melhorar o acesso dos camarins ao palco. Os camarins também serão recuperados e ampliados. Sem esquecer a acessibilidade, com base no direito universal de acesso aos estabelecimentos públicos. Novos banheiros – masculino, feminino e para portadores de necessidades especiais – constam no cronograma, em vista de que hoje a edificação possui apenas um sanitário.

O projeto de restauração que será executado em 2014, teve como base a adequação às normas que regem a acessibilidade universal e segurança.

A história de um gigante

Tido como o principal conjunto arquitetônico de valor histórico da cidade, o Teatro Múcio de Castro está localizado ao lado do Museu de Artes Visuais Ruth Schneider e Museu Histórico Regional – antiga Intendência Municipal e Academia Passo-Fundense de Letras e antigo Clube Pinheiro Machado, construídos na Rua do Comércio, atual Avenida Brasil.

Em 1883, as primeiras paredes do palco foram erguidas, obra entregue seis anos depois. Inicialmente, o prédio serviu como sede do Clube Dramático Passo-Fundense, abrigou a partir de 1911, a sede do Poder Judiciário, o Clube Pinheiro Machado, as instalações do Jornal O Gaúcho e, em 1932, serviu de local de ensino público para o Colégio Elementar.

Nos anos de 1940 até 1977, foi sede do Poder Legislativo Municipal, sendo este a sede mais reconhecida e comumente denominada como antiga Câmara de Vereadores. Com a transferência do Poder Executivo e do Poder Legislativo para as atuais instalações na Avenida Brasil Leste, no Bairro Petrópolis, no ano de 1976, a edificação recebeu a sede da Coordenadoria da Sétima Região Tradicionalista do MTG, a União Passo-Fundense de Estudantes e outras dependências administrativas.

Na década de 90, foi elaborado um projeto de readequação das instalações para o uso como Teatro Municipal, trabalho feito pelos arquitetos Nino Roberto Machado e Maria Aldina Porto Nobre. Com a inauguração do espaço, foi homenageado o fundador do jornal O Nacional, Múcio de Castro.

Proteção oficial

A proteção legal ao edifício está referida na Lei nº 2608, de 25 de setembro 1990, tombando o espaço e transformando o Teatro Múcio de Castro em patrimônio histórico de Passo Fundo. Em 2003, o conjunto arquitetônico do qual o Teatro faz parte, foi oficialmente reconhecido em Lei Municipal nº 4097, como Espaço Cultural Roseli Doleski Pretto, uma homenagem a artista plástica passo-fundense falecida em 2002.

Trabalho intenso

A Secretaria de Planejamento (SEPLAN), também trabalha com o processo de licitação para projetos complementares do Museu.

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Atualizado em 13 de março de 2014.