Fiéis celebram 41° aniversário da morte de Maria Elizabeth

Fiéis celebram 41° aniversário da morte de Maria Elizabeth

Centenas de devotos de diversas regiões do Estado, e até mesmo do Uruguai, estiveram em Passo Fundo, no domingo, para celebrar o 41° aniversário da morte de Maria Elizabeth de Oliveira, considerada santa pela crença popular. A concentração aconteceu no cemitério da vila Vera Cruz, onde o corpo da menina está sepultado.
A movimentação começou por volta das 7 horas, com a chegada dos primeiros ônibus de excursão. Os fiéis formaram uma fila para entrar na capela de Maria Elizabeth, localizada na entrada do cemitério. Eles agradeceram pelas graças alcançadas e depositaram rosas vermelhas, as preferidas da ‘Santa’. Ás 10h30min foi rezada uma missa no palco montado no estacionamento do cemitério.
A menina, que se tornaria conhecida por atender pedidos de seus fiéis, morreu atropelada em 1965, aos 14 anos. Antes da tragédia, ela já havia comentado sobre a própria morte, inclusive, escolhido a roupa que vestiria no dia do enterro, e o caixão onde seria sepultada. Disse aos pais, já falecidos, que passaria a festa de 15 anos no céu, e que seria uma rainha.
As graças atribuídas à Maria Elizabeth ganharam fama e atravessaram fronteiras. Um grupo de 45 pessoas viajou cerca de 630 quilômetros da cidade de Artigas, noUruguai, até Passo Fundo para participar das homenagens. Entre os fiéis está Eramita Ferreira, 64 anos, que percorre o trajeto desde 1991. “Na época, eu estava passando por dificuldades de saúde e de trabalho. Ouvi no rádio sobre Maria Elizabeth e fiz uma promessa. Meu marido conseguiu emprego e eu melhorei de saúde. Desde então, eu venho sempre aqui”.
A aposentada Clélia de Lima Gonçalves, 63 anos, de Vacaria, também passou por uma situação semelhante. Em 1990, ela tomou conhecimento sobre Maria Elizabeth através de um livro emprestado pela sua nora. Passando por dificuldades financeiras, pediu ajuda e disse ter sido atendida. “Pedi que ela conseguisse o que comer para os meus filhos. Prometi que, enquanto fosse viva viria aqui agradecer. Ela ouviu minhas preces e passei a cumprir minha promessa” conta Clélia, acompanhada de sete, dos seus nove filhos, além de netos e bisnetos. A aposentada é responsável pela organização da excursão que traz os fiéis até Passo Fundo.
Proprietário de uma floricultura, nas proximidades do cemitério, o irmão de Elizabeth, Roberto Oliveira, 45 anos, vende imagens e livros da irmã. Segundo ele, o movimento de turistas ocorre durante todo o ano. Um estudo realizado por uma aluna da UPF comprovou que a capela recebe mensalmente cerca de sete mil visitantes. Roberto tinha apenas seis anos quando Maria Elizabeth morreu. Apesar da pouca idade, ele guarda as imagens da irmã e da movimentação em sua residência. “Às vezes tinham mais de duzentas pessoas na minha casa. Elas queriam conhecer a história de minha irmã, tocar nos objetos dela. Durante muitos anos, minha mãe, já falecida, preservou o quarto dela intacto” lembra.
De acordo com a diretora da divisão de Turismo da Setur, Gilda Galeazzi, a visitação ao túmulo de Maria Elizabeth está dentro dos projetos de turismo religioso Caminho da Fé e Rota dos Trigais, que engloba os municípios de Passo Fundo, Marau, Vila Maria, Santo Antônio do Palma e Casca.





Fotos - Gerson Lopes

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Atualizado em 28 de novembro de 2006.