O evento, que é gratuito, será realizado a partir das 19h, no Auditório da Faculdade de Medicina

A intensa programação alusiva aos 160 anos de Passo Fundo terá diversos eventos culturais. Um deles é a palestra com o jornalista Juremir Machado da Silva, que estará na cidade no dia 3 de agosto. Juremir vai ministrar uma palestra sobre a questão do fim da escravidão no Brasil, tema de uma de suas obras: Raízes do Conservadorismo Brasileiro – A abolição na imprensa e no imaginário social.
O evento, que é gratuito, será realizado a partir das 19h, no Auditório da Faculdade de Medicina da Universidade de Passo Fundo, que fica na rua Teixeira Soares, no Centro. Na palestra, o jornalista aborda a abolição não como uma concessão, mas como uma árdua conquista das pessoas negras. Ele aborda ainda como a estrutura do capitalismo comercial escravista se traduziu numa intrincada legislação, elaborada para atender a determinados interesses, e num imaginário cultural e ideológico, edificado para justificar a manutenção de privilégios – mesmo que isso implicasse, na época, a desumanização e a coisificação de pessoas, conforme descreve em seu livro.
A obra
Em Raízes do Conservadorismo Brasileiro – A abolição na imprensa e no imaginário social, Juremir Machado da Silva aponta caminhos capazes de elucidar os motivos pelos quais o Brasil é um país em débito com a própria história. Partindo da análise de discursos políticos e jornalísticos do início do século 19, o autor identifica fundamentos conservadores que permearam o contexto da assinatura da Lei Áurea e sobre os quais foi erigida, um ano e meio depois, a República brasileira.
Naquela segunda-feira, 14 de maio de 1888, um dia depois do fim da escravidão, o que (e de que forma) os jornais noticiaram? E o efeito da abolição, foi sentido imediatamente ou ecos nefastos são ouvidos ainda hoje? Ou ainda, por que o ano de 1888 não tem a mesma repercussão na história quanto os anos de 1808 – que marca a fuga da família real para o Brasil – ,1822 – data da proclamação da independência – ,ou mesmo 1889, que indica o fim do regime monárquico? São estas algumas das constrangedoras perguntas que este livro tenta responder.
(Foto: Divulgação)