Violência contra a mulher é tema de ciclo de palestras

A violência contra o gênero feminino acontece de várias formas –física, sexual, psicológica e econômica. Pensando nisso, a Prefeitura de Passo Fundo, através da união das Coordenadorias da Mulher, Juventude e da Igualdade Racial, lançou nesta terça-feira, 13, o 1º Ciclo de Palestras – Fim da violência contra a mulher: uma responsabilidade de todos.
Nesse primeiro encontro, foi debatido o estudo sobre gênero, lançado através do livro “É pensando nos homens que eu perdoo os tigres as garras que dilaceram”, com a presença dos autores, Josiane Petry Faria, coordenadora do Projur Mulher, Mariane Loch Sbeghen, arteterapeuta da Casa da Mulher, Marina de Campos, jornalista e designer do livro, Ivaldino Tasca, jornalista que também assina como organizador e do Secretário de Cultura e historiador, José Ernani de Almeida.
“Em Passo Fundo são registrados cerca de 20 casos de violência contra a mulher, por dia. A cada mês, 300 mulheres são acompanhadas pelos órgãos responsáveis, sendo que apenas 5 à 10 mulheres retornam ou levam adiante o processo”, explica a coordenadora do Projur Mulher, Josiane Petry Faria. “Se existe a violência, está faltando inteligência de ambas as partes. É necessário que as mulheres denunciem essas agressões, sejam elas de qualquer espécie”, completa.
Passo Fundo ocupa o segundo lugar no ranking estadual de registros de violência de gênero, com mais de 3.500 casos em 2012, números alarmantes para uma cidade de porte médio. A partir disso a administração municipal tem se preocupado cada vem mais em esclarecer que a violência contra a mulher não está confinada a uma cultura, região ou país, nem a grupos de mulheres em particular dentro de uma sociedade. As raízes da violência contra as mulheres provém da discriminação persistente contra as mulheres.“É necessário entender que as mulheres ainda exercem papeis menores na nossa sociedade, para isso precisamos intensificar as ações das coordenadorias, oferecendo debates sobre a amplitude do tema que são abertos ao público”, acrescenta José Ernani, Secretário de Cultura.
A luta contra a violência tem sido intensa na cidade, diversos coletivos tem se unido para acabar com a descriminalização do gênero, um dos grupos que vêem se estabelecendo é o “Coletivo Feminista” que também organiza a “Marcha das Vadias” onde se luta pelo direito de igualdade.
“Esperamos que a partir do ciclo de palestras mais mulheres oprimidas possam ser ouvidas, que elas saibam que em Passo Fundo existe sim quem possa ampara-lás” afirma Maria de Lourdes Coelho Pupe, da Coordenadoria da Mulher.
Mais quatro palestras estão programadas ao longo deste ano, destinadas a diferentes públicos, entre eles estudantes do ensino médio da rede estadual, professores da rede municipal e integrantes do projeto Mulheres da Paz.