Passo Fundo pertence ao Bioma Mata Atlântica

Bioma Mata Atlântica

O município de Passo Fundo localizado no Planalto Médio do Rio Grande do Sul, pertence ao Bioma Mata Atlântica. A Mata Atlântica é um dos seis biomas brasileiros, atualmente o mais ameaçado dentre eles, sua vegetação já se estendeu por uma área equivalente a 1.315.460 km2, desde o Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. Segundo a Fundação SOS Mata Atlântica, hoje restam apenas 12,5% de sua área original, e é neste bioma que vivem aproximadamente 72% da população brasileira, divididos em 3.429 municípios. Este Bioma é caracterizado em nosso município pelas formações fitoecológicas Floresta Ombrófila Mista, também conhecida como Mata de Araucária, e Estepe, também denominada de campos do sul do Brasil.

Desde 2006 possui legislação própria, a Lei da Mata Atlântica (Lei 11.428/06), que regulamenta o uso e a exploração de seus remanescentes florestais e recursos naturais. Para que a Lei cumpra o seu papel de proteção, é necessário que os municípios façam e implantem seus Planos de Mata Atlântica. Em Passo Fundo, o Plano ainda não é uma realidade, porém temos iniciativas privadas e públicas de conservação dos fragmentos de Mata Atlântica, através de Unidades de Conservação (UCs), sendo: a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Maragato, a RPPN Menino Deus e o Parque Natural Municipal do Pinheiro Torto. Além destas três Unidades de Conservação, existe o Parque Urbano Municipal Arlindo Haas.

Mas por que é tão importante e necessário preservarmos a Mata Atlântica?
Os 12,5 % de área remanescente são compostos por um conjunto de formações florestais e ecossistemas associados: como as restingas, manguezais e campos de altitude. As fisionomias vegetais variam conforme as condições de clima e relevo, propiciando uma grande diversidade de formas de vida. Nesses fragmentos de vegetação estima-se a ocorrência de 20 mil espécies de plantas; 849 espécies de aves, 370 espécies de anfíbios, 200 espécies de répteis, 270 de mamíferos e cerca de 350 espécies de peixes, muitos endêmicos, ou seja, só ocorrem nesse bioma, bem como espécies ameaçadas de extinção.

Seus ecossistemas remanescentes são ameaçados pela expansão da agricultura, pecuária, industrialização e especulação imobiliária. Por essas características a Mata Atlântica é hoje um bioma altamente prioritário para a conservação da biodiversidade mundial. É um HOTSPOT mundial, ou seja, uma das áreas mais ricas em biodiversidade e mais ameaçadas do planeta (Ministério do Meio Ambiente; Fundação SOS Mata Atlântica). Além do que, fornecem inúmeros produtos alimentícios, farmacêuticos, têxteis e proporciona benefícios gratuitos como: auxílio na regulação do clima, proteção de encostas, proteção contra inundações, seca e erosão, “produção de água” e inúmeros outros serviços ambientais.

Conforme o Ministério do Meio Ambiente, além da criação de área protegidas são necessárias estratégias para a conservação da biodiversidade, como a promoção da recuperação de áreas degradadas, do uso sustentável da vegetação nativa, e o incentivo ao pagamento pelos serviços ambientais prestados pela Mata Atlântica.

Bibliografia Consultada:
IBGE Manual Técnico da Vegetação Brasileira, 2012.
Fundação SOS Mata Atlântica – Relatório Anual 2013 SOS Mata Atlântica: https://www.sosma.org.br/wp-content/uploads/2013/05/SOS-WEB.pdf
Ministério do Meio Ambiente: http://www.mma.gov.br/biomas/mata-atlantica

Elaboração do texto: Acauã – Consultoria e Planejamento Ambiental Ltda-ME.
composta por: Gisele Sana Rebelato (Bióloga Mestre em Ecologia); Emanuele Forcelini Endrigo (Bióloga) e Angela Maria Rebelato (Engenheira Agrônoma).


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Atualizado em 28 de maio de 2015.